domingo, 25 de março de 2007

Me dê a tua mão

Quem quiser saber quem sou, pergunta a todos em sua volta. Já rasguei camisas e pisei em cima delas. Já ergui um Gigante no meio de um lago. Já fui campeão invicto. Já venci o Barcelona com gol de Adriano Gabiru. Já vi inúmeros gols. Já sofri. Já chorei, de alegria e de tristeza. Já pulei, de felicidade ou de ódio. Já me ergui sem forças. Já persegui os sonhos até não encontrar mais nada. Já enfrentei grandes nevoeiros e já vivi grandes dias de verão. Por tempestades passei, mas aqui estou. Estou de pé. Me chamo Sport Club Internacional.

Sou o dono do Mundo. Mas por muitas vezes, não fui nem o dono do meu bairro. Não fui dono da minha Alma. Eu não sou dono da minha Alma. Ela pertence aos meus adeptos. Sem eles, não tenho nada. Sem eles, não vivo, assim como um bebê depende de sua mãe. Eles são as minhas vitórias, as minhas alegrias. Eles são a minha glória.

Mostro para todos, com orgulho, a minha Alma. Ela é o tema da minha vitória. O consolo da minha derrota. O ombro em que choro. Os olhos em que me apaixono. A sinceridade pelo tom da voz. As declarações de amor, de paixão. A minha Alma são os 800 torcedores de um joguinho qualquer. São os 100.000 da inauguração do nosso templo. São os 60.000 do dia 16 de agosto de 2006. São a pequena minoria no dia 9, do mesmo mês. São todos os colorados. É você.

Apelo. Peço que continue este amor, para a eternidade. Eternas serão as lembranças do que viveremos. Eternas são as lembranças do que vivemos. Nunca vou me esquecer que, sem você, eu não estaria aqui. Sem você, não existiria o nós. Sem o nós, eu não existiria. A minha existência, a essência de tudo, o corante vermelho da minha camisa, não existiria não fosse o teu sangue. Não fossem as tuas palavras. Você é o meu melhor amigo. Nada vai nos separar. Você é quem disse isso. E promessa é dívida.

Venha para a minha casa. Nunca nada vai nos separar. O corpo não vive sem a Alma. O Beira Rio não existe sem o torcedor colorado. São inseparáveis, como um diamante. Nada pode perfurar. Nas boas e más horas, você está comigo. Nas boas e más horas, eu estou com você. Formamos o casal perfeito. A Alma e a torcida Colorada. Eu sou você, e você sou eu.

Nem a língua portuguesa consegue expressar nossa relação. Fica estranho. Nenhuma língua ou dialeto consegue descrever o nosso amor. Somos algo imensurável, indescritível, incrível. Somos a Alma Colorada.

Somos a relação de amor mais complexa do mundo. Capazes de atravessar o mundo juntos. Mas capazes também de ficar anos sem se ver. Capazes de amor e de ódio. Me dê amor. É isso que preciso agora. Estou mal das pernas, estou confuso. Me ajuda. Estenda a sua mão para mim, como você sempre fez. Me guie, como nos bons tempos. Me guie, como nos dias de felicidade. Faça ela ser vermelha. Quando eu estou mal, você é quem me conforta. Assim vai ser, por toda a eternidade.

Tenho que olhar para frente. Estamos no alto de uma montanha, muito alta. Muito grande é esta tempestade que estamos vivendo. Mas olho para o horizonte: eu vejo luz. Eu vejo o céu, o vejo o sol no horizonte colorado. Vamos caminhar juntos. Para sempre estaremos assim, caminhando em busca do horizonte. Desconhecido, mas tentador. Claro que enfrentaremos muitos invernos e muitas tempestades. Mas pensa bem. Depois poderemos colher os frutos no verão. Poderemos desgustar da mais doce maçã, provinda do paraíso. Mas também poderemos comer as mais amargas, quando não teremos forças para subir pela árvore. Mas sabemos que assim é a vida. Temos mais é que olhar para o horizonte. Olhe para ele agora. Se esforce, mesmo com a chuva. Ele é vermelho. Ele é dourado, lindo. Só depende de nós. Me dá a tua mão. Vamos enfrentar juntos esta chuva. Em busca do horizonte. Para sempre.

Torcedor colorado, olhe para o horizonte e estenda a sua mão! Enfrente esta tempestade, pois o horizonte é vermelho!

Para sempre INTER!!

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